domingo, 23 de maio de 2010

Espelho da alma.

Como um moleque
Fui... brinque, fui enganado
Tiram meu pirulito
A vontade de gritar ficou

Calei-me.
Anos mal vividos
não deixaram eu falar
Fechei-me em mim,
mais uma vez voltei a ser eu mesmo

Sonhos de ser um adulto sonhador
se foram... caminharam
chegaram no fim do túnel
então lá, na luz...
tocaram a tão esperada esperança
ela era exatamente como todo o resto
só que de uma cor brilhante
mas caminho já não há.

Voltaram, assim, mais uma vez
e agora sem esperanças
chegaram exatamente onde estavam antes.

Agora, adulto, responsável
escondeu o moleque, guardo-o
deixou envolto do papelão
para adormecer no porão.

Lá o menino ficou, está.
dormiu depois de tanto chorar
já sem saber quando vai poder brincar
preso... dando ao "homem" toda a liberdade.

Algumas vezes, como no passado..
o moleque foge...
sim, ele as vezes consegue
mas é sempre barrado, parado, preso novamente
Culpa sempre desses túneis
que tem apenas paredes pintadas no fim.

O homem apenas sorri,
faz do dia vazio seu melhor dia
pois, não espera mais do que isso.

O domingo passa...
Sábado chega.
O menino já não tem mais forças
quase não fala.
O Homem, faz o seu melhor sorriso
então, sai para a vida.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Chuva, lágrimas do céu.


Água do céu,
cai, vira, muda de rumo
lava, limpa a minha alma
leva meus prantos misturados com os teus

Água, não quero mais que isso agora
não quero mais do que uma ducha na cabeça
ou que minha estrela se apague
nuvem... olhos dos céus

Lágrimas maiores que as minhas
caem, me batem dizendo: Chora!!!
depois, leva com ela meus prantos
ao som dos meus gritos de dor
relâmpagos...

Lá nos olhos fechados do céu,
debaixo dos seus prantos
eu, só eu...
com meus olhos fechados,
com meus prantos

Uma cópia humana
de uma noite chuvosa,
então eu...
Como aquele céu sem estrelas
estava só, vazio.

Por trás de minhas lágrimas
e de toda aquele choro em conjunto
procurei a Lua
Nem ela estava lá.

Onde poderia ter ido, minha lua cheia?
Meu vazio só aumentou
a busca silenciosa por aquilo que é tão lindo e importante...
mais uma vez, sou a cópia daquele momento,
onde foi??? onde ela foi?

Agora com vazio no céu
e no meu peito,
chovia no céu e nos meus olhos
e eu fiquei parado, em pé
refletindo-me no espelho do espaço

calei-me,
Já não tinha forças para gritar
meus malditos trovões interiores!

nesse momento só quem falavam
eram meus olhos, com aquela chuva
comunicavam-se, como se fossem um só
e foi assim, até a chuva parar
mas o vazio, ele continuou.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Hoje apenas faço das palavras do Teatro Mágico as minhas:

Esperança é algo que já não tenho mais.
Voou do varal numa noite qualquer.
O mesmo varal onde pendurei minha fé.
Voou também.
Nem vi.
Venta muito por aqui.
Nada fica firme por muito tempo.
As roupas não secam, somem.
Voam.
Sei lá pra onde.
Já não sei o que vestir quando me convidam.
Por isso, nunca aceito.
Fico em casa com satisfação.
Vou até o quintal e aproveito o tempo para estender fotos, passados, sonhos.
Tudo no mesmo varal.
Só para tirar o mofo, tomar um ar.
Mas sempre voam.
Voam sei lá pra onde.
E eu vou perdendo as peças da minha história.
Uma por uma.
Tudo que eu amo desaparece.
Do quintal da minha casa nem da pra ver o seu.
Mas imagino que lá no fundo, num cantinho, também tenha um varal.
O seu varal.
Onde não venta.
E devem estar pendurados: meu sorriso, minhas certezas, minha fé.
Quem sabe um dia bate um vento e, de tão forte, te faça trazer de volta o que sempre foi meu.
E falta.
No meu quintal.
O tempo voa enquanto espero.
Estendo a vida num varal.
Esperança já não há.
Voou sei lá pra onde.
Nada fica firme por muito tempo.
E venta muito por aqui...

[ Teatro Mágico em palavras - O varal ]

sexta-feira, 7 de maio de 2010


O passado ligado ao futuro,
levado somente ao presente
não sei de tudo, mas sei como se sente
quero aprendizado largado
de quem não precisa se comprometer
se assim não é, tudo bem pode ser.

Palavras ditas em outrora
verdades que ficaram caladas
até precisarem do momento para aparecer
Nesse passado tão próximo
o que podemos dizer?

Futuro mudado esticado e sonhado
por um.. ou dois... quem sabe três
futuro é estranho confuso e duvidoso
mas é belo pois pode acontecer.

Presente é agora, o que podemos mudar
minhas convicções espero estarem certas
para a felicidade eu encontrar.

meus sonhos quero poder dizer,
mulher que amo, emprego que escolherei.

olhos abertos, pensamentos longe.

Xeque-mate


Talvez, alguém um dia me disse a verdade.

Que o meu palácio é vazio

Que minha rainha é ilusão

Meus bispos falsos mentirosos

Querem o poder da minha mão

Meus cavalos relincham, xingam

Mostrando-se mais espertos do que eu.

Meus pilares já caíram,

Velhas torres que me deixaram no chão

Meus piões já não suportam a linha de frente

Querem suas vidas em suas mãos.

Talvez, alguém tenha me falado a verdade

Que não posso avançar como quero, tenho minha limitação

Um passo de cada vez, essa é sugestão.

Minha rainha é livre para quando quiser me deixar

Vai como quer em qualquer direção.

Ao lado, limitados, sempre com a mesma visão.

Quem está a nossa frente, e que consegue mudar

É parado ou sacrificado.

Talvez, tenham me falado a verdade

Serei sempre protegido por uns e atacado por muitos

Terei que ver a frente se quiser vencer.

Cometerei erros, e amigos se vão.

Talvez, essa seja a verdade

Meu castelo não tem paredes,

Não tem divisão,

Tem um objetivo que está na minha mão.

Tenho uma rainha a cuidar, amigos fiéis a zelar

Se é preto ou é branco não devo reclamar

São iguais mas diferentes e assim devem ficar.

Talvez....